domingo, 26 de julho de 2009

COMO VIVER FELIZ

É uma pergunta que muitos pensam saber responder, mas na realidade nem sempre o que dizemos reflete o que pensamos.
A busca da felicidade deve ser uma constante. Vencer momentos desagradáveis é a maior tarefa que temos.
A tendência humana é supervalorizar as aflições, mas com sabedoria podemos limita-las e tudo fazer para elimina-las. Uma das atitudes é observar a vida ao redor, ver a alegria que brota nos semelhantes e acabar com a agonia, pois não vale a pena nos prendermos dentro de uma redoma com nossos problemas. Nunca baixar a cabeça e deixar que os fluxos negativos permaneçam. Uma risada vale muito mais que remédios para fugir das frustrações. Há muito espaço para não julgarmos o mundo cruel. Temos sempre que dar um basta nas recordações, deixando o passado desaparecer e viver o presente.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A FUGA

Fugimos de muitas coisas, mas dizer que de uma festa, parece absurdo. Porém foi o que aconteceu. Uma grande festa, tradicional, procurada e esperada o ano todo. Com certeza um caso isolado, mas já no primeiro dia já não conseguia suportar o barulho. Pedi asilo para minha filha, afinal queria o silêncio.
Estou esperando o término do grande alvoroço na minha cidade para poder voltar. Afinal, passar noites sem dormir ouvindo um turbilhão de sons era para mim torturante.
Aqui na casa de minha filha consegui um alívio total.
Fiquei então pensando no porque do exagero. Lógico que música é até um alimento para a alma, mas quando existe excesso não pode ser normal. Pelo menos minha cabeça não está preparada para aceitar uma semana de tanta exibição acústica.
Uma pessoa idosa necessita de mais calmaria principalmente para dormir. O volume de veículos, os altos falantes no máximo parecem procurar o labirinto e concentrar-se dentro dele. O que fazer? Agüentar?
Não queria ser tão velho ao ponto de reclamar.
Durante toda minha vida procurei acompanhar a evolução natural da juventude, entendendo claramente os comportamentos dentro de cada época. No momento fala-se muito no respeito ambiental, mas na prática isto não vem acontecendo.
O meu tempo ainda não passou, ainda faço parte de comunidade, então digo:
--- É necessário um maior controle nos grandes eventos – MENOR BARULHO.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Vida e a Política

Podemos dizer que a vida é passageira, mas é através dela que damos os passos para alcançar nosso lugar neste mundo. Adquirimos nossa sabedoria, traçamos planos e mais planos até encontrarmos o que achamos ser nossa plenitude.
Ser livre nos pensamentos sempre respeitando a posição das outras pessoas. Impor idéias nem sempre é o caminho ideal.
Neste sentido vamos encontrar os grandes desencontros de nossa atualidade, onde uma grande maioria dos pensamentos é emanada pelos meios de comunicação. Filtrar tudo que ouvimos é uma necessidade cada vez maior em nossos dias.
Quantas vezes repassamos coisas repetidas pela grande mestra a TV, sem ao menos examinarmos se aquilo que estamos dizendo realmente é o correto. Existem umas enormidades de falhas que induzem ao pornográfico, até ao crime. Todo cuidado é pouco diante até das brincadeiras. A repetição insistente de slogans oferece muitas vezes uma nociva lavagem cerebral.
Mensagens políticas são confeccionadas visando a mente dos telespectadores e na maioria das vezes são apenas frutos de interesse de candidatos. No correr deste ano e principalmente no próximo teremos uma verdadeira batalha de palavras. Já cansamos de ver isto acontecer e ainda somos lesados em nossas escolhas.
Uma verdadeira indústria é montada para mostrar um homem ou mulher inegavelmente perfeita. Cuida-se da aparência, da forma de exprimir diante das câmeras, inclusive dos textos. Nada passa desapercebido pela equipe. O que podemos fazer diante disto?
Parece que não temos resposta, mas se a inteligência está sendo utilizada, temos que convir que as pessoas frente aos vídeos também podem utilizar a delas. Como? Observando a origem, o passado, o enriquecimento ilícito e muito mais.
Apesar da decepção o Brasil é uma grande Nação, capaz de superar obstáculos e de nos fornecer uma visão futura magnífica. Temos que adotar o típico modo mineiro: CONFIAR DESCONFIANDO

História e Vida

Fazer história é uma responsabilidade que parece se perder com o tempo. Não vemos mais as crianças empenhadas em acompanhar os acontecimentos que poderiam trazer alívio e até uma mudança radical de comportamento futuro. Será de minha parte um atraso na realidade?

Um pouco de ufanismo sobre as nossas coisas nunca será demais. Raramente a juventude se prende às boas realizações de nossos antepassados e, quando isto ocorre sempre existe alguém a contradizer fatos, a menosprezar nossas ações. Não precisamos ser superpatriotas, a idolatrar super-heróis, mas no mínimo nunca criarmos anti-heróis. A principal força de uma nação está na crença sólida de amar a terra onde nasceu.

As atuais regras de conduta já influem muito negativamente em nossos dias, permitindo uma liberdade excessiva, como se isto fosse uma forma preestabelecida e as causas se mostram cada vez mais perniciosas.

Nada mais justo que homens e mulheres trabalhem, no entanto os filhos não podem sofrer descaso. A criança deve continuar a receber especial zelo, muito mais do que nos tempos antigos. A mãe criava e o pai cortava algumas arestas, era simples, mas funcionava.

O homem passou a ser fruto das experiências do dia a dia. Nem sempre encontram o lado correto de viver. É óbvio que o jovem de hoje será adulto amanhã, mas qual a sua real maturidade? Trilhar o caminho das drogas, da honestidade, da decência pensará no futuro seguro para os filhos? Já não temos mais condição de estabelecer um percentual tranqüilo. É simplesmente terrível vermos jovens serem encaminhados pela polícia, simplesmente porque suas mentes não foram bem formadas. Será sempre assim, ou quem sabe a sociedade ainda resolverá o problema!
Esqueceram das crianças! São meninos e meninas sem fixação de um caminho. Colocados num mundo hostil, culpa só dos pais? Hoje esta questão é controvertida, como consertar o errado? Os chamativos bens de consumo atacam sem piedade os pobres, querem também usufruir confortos, muitas vezes acima de suas possibilidades.
Bem, mostrar falhas e erros é a maneia mais fácil de escrever, ou melhor, de criticar. O que necessitamos é encontrar caminhos para recuperação da juventude e porque não dizer o de muitos Barbados.

Há alguns dias ao fazer compras em um supermercado deparei com uma cena que me chamou a atenção. Dois jovens com idade não maior de 16 estavam parados perto de uma banca enquanto um fiscal lhes advertia. Um deles respondeu:

__ Estamos só olhando! Em seguida saíram.
Quanta história poderá estar por trás dessas simples palavras!
Um fato que bem dá para refletir nossa época.
Pode ser que ali nasceram dois marginais admitindo-se que não fossem.
A orientação tem que partir dos pais, dos professores muito antes dos caminhos que seguem nossa juventude.

Corrupção

NOTA DO AUTOR:
Escrevo contos de ficção científica e crônicas diversas porque gosto de colocar no papel meus pensamentos. Dificilmente publico meus trabalhos.
Ao selecionar alguns deles, encontrei uma crônica que escrevi em 2001, me surpreendi, parecia que a tinha feito hoje.
Pensei então:
--- Como é desgastante observar que TUDO CONTINUA!
Os noticiários na TV não mudaram, tornando-se até incomodo para os telespectadores. São acusações que nunca acabam, a maior parte, acredito, visando o resultado das próximas eleições.
O melhor caminho para os políticos mostrarem suas capacidades não é denegrindo a imagem de outros e sim mostrando suas ações benéficas tais como:
--- Apresentei o projeto número “X” que vai acabar com a miséria! Etc., etc., ...
Coisas que os eleitores possam sentir que elegeram a pessoa certa. Oposição e governo deveriam estar sempre unidos para o bem comum, não com dilacerantes mensagens negativas. PATRIOTISMO é a palavra chave.
A mídia por sua vez não deveria fazer tanto alarde, o que não significa calar diante dos acontecimentos.

Vejamos o texto que elaborei há oito anos:


CORRUPÇÃO

A gente pensa que vive numa época de grandes conquistas, afinal já existe tecnologia adiantada. Freqüentemente novas descobertas são anunciadas. Parece até que o mundo atingiu o auge.
Pura utopia.
A evolução humana não é apenas ciência, padrões de comportamento deveriam estar associados.
Veja a decadência do ensino, corrupção onde existe dinheiro, banditismo, excesso de liberalidade da juventude e as drogas.
Muita coisa poderia ser escrita sobre tudo que é errado, mas vamos raciocinar apenas sobre uma das situações: - a corrupção no Brasil.
Quase não passa um dia onde manchetes anunciam desvios do dinheiro público.
Um termo comum – CPI – está convivendo conosco. Parece que os políticos não têm outra coisa a fazer. Isto nos faz pensar:
--- Será que os membros que integram cada investigação também nada devem?
São tantos os casos que a palavra político tornou-se pejorativa.
Uma dúvida sobre quem diz a verdade está prevalecendo em nossas mentes.
Como votar?
A honradez foi desvirtuada. No entanto, há de se convir que ”sabe-se lá” desde quando as falcatruas imperam, pode ser que desde os tempos do Brasil Colônia.
Será que estamos evoluindo? Agora pelo menos os nomes estão aparecendo.
O homem honesto: que não trapaceia, que paga suas contas com o fruto de seu suor nunca toma o que não é seu. Ele se entristece quando sabe que seu voto colocou no poder um alguém que o decepcionou, principalmente quando fez uso indevido do dinheiro público.
Como é degradante a soma de tais fatos!
Ninguém fica rico da noite para o dia, mas muitos contradizem esta ótica e geralmente são políticos.
Não seriamos uma nação melhor situada se os investimentos públicos fossem realizados sem os superfaturamentos? Sem os desvios constantemente denunciados?
Os políticos antes de galgarem os degraus do poder deveriam ser aprovados por uma FACULDADE COM VÁRIOS ANOS DE ENSINO, durante os quais seriam estabelecidas três etapas:
1 – PATRIOTISMO, capacidade de liderança e sabedoria:
2 – PERCEPÇÃO do seu papel no poder e
3 - Aprendizagem sobre HONESTIDADE.

Crianças e Adolescentes

Aparecido Medeiros possui mais de sessenta anos, durante toda sua vida vem dedicando-se ao ensino. Possui uma enorme bagagem didática e percebe claramente o caminhar de nossas crianças e jovens.
Com a implantação do Estatuto da Criança e Adolescente, por sinal muito oportuno, algumas coisas não seguem na vida real uma direção para melhor. Fala-se muito na proteção do menor, que é louvável, mas em contrapartida pouca coisa ou quase nada é dito com relação às obrigações do mesmo.
Hoje a nova geração conhece muitas regras sobre os direitos, sendo comum qualquer criança ou adolescente logo se impor ditando normas.
Isto tem causado problemas nas escolas e nas famílias. É óbvio que mestres do ensino e membros da sociedade venham procurando corrigir a falha.
Sempre haverá a modernidade, mas a forma de viver precisa seguir padrões rígidos para que a sociedade como um todo possa ter as condições necessárias de equilíbrio.
O proposto pelo Sr. Aparecido é fruto de sua experiência. É necessário conscientizar nossas crianças sobre suas responsabilidades.
Conversando, me disse que nem tudo está no texto. Para exemplo: - “muitos dos alunos rebeldes, criadores de casos, têm problemas familiares. Geralmente não possuem uma família unida, são filhos de pais e mães separados que vivem com homens ou mulheres diferentes”.
Continuando, observou que tem encontrado solução para tais situações. – “Geralmente converso com eles o seguinte: Você tem sua vida, um dia constituirá família. A vida de seus pais não é a sua, portanto deixe seguirem o caminho deles e se preocupe com você. Nunca se sinta menor ou discriminado pelo fato, ... “.
Uma palavra de conforto, uma orientação é necessária para muitos jovens que nunca tiveram a oportunidade de discutirem seus problemas.
Armando de Oliveira Caldas
06-11-2005

Heróis

POR QUE SUPER-HERÓIS AMERICANOS E ANTI-HERÓIS BRASILEIROS?

É muito simples a resposta: elevações literárias que denigrem nossa nacionalidade apoiada pelos meios de comunicação.
Personificações negativas penetram nossos lares mostrando muitas vezes um lado nada dignificante para nosso povo. E os aplausos acontecem!...
Houve até um filme sobre nossos pracinhas que irritou muito os soldados vivos que lutaram na última guerra. Por que fazer isto?
Ninguém é diferente de ninguém. A massa encefálica de cada ser humano é igual, portanto a capacidade de raciocínio é universal. Verdade seja dita: a falta de recursos influencia a formação intelectual e provoca disparidades entre uma nação e outra. No entanto isto não quer dizer que mesmo pobre não alcance conhecimento e respeito.
Quanto ao nosso país, para quem já viveu bastante, pôde participar de orientações elevadas. O civismo nas escolas fazia parte de uma rotina e o orgulho de ser brasileiro era parte de nós.
O tempo passou e coisas erradas começaram a mudar comportamentos.
Um apego ao importado, objetos, musica, filmes e literaturas extraíram raízes nacionais direcionando-as para mundos diferentes. Por outro lado, no momento está havendo muita recuperação, mas há poucos anos era comum o desprezo ao produto nacional: - “é brasileiro? Não presta”. Tudo isto deu guarida a uma deturpação de princípios, parecendo nada significar a imensidão continental do Brasil, conseguida com muita luta por nossos ancestrais.
Como parâmetro, observemos o comportamento norte-americano diante de sua história. Até hoje os super-heróis não só fazem parte da vida naquele país como invadem todo o planeta. Criaram uma afirmação positiva na formação cultural deles.
A principal forma de criarmos ou revertermos nossa mentalidade é passarmos a repudiar tudo aquilo que nos coloca em posição inferior, tais como, programas de TV que mostrem nosso lado negativo através das anedotas ou em outros tipos de apresentações.
Mestres do hilário abusam, até um “vampiro brasileiro” foi mostrado relaxando conosco e demos risadas. Outro, o “brasilino” era pura chacota nossa e demos risadas.
E quantas vezes rimos de nós mesmos. É uma piada, dirão, no entanto em cada uma delas lá se vai um pedacinho de nossa dignidade.
A comicidade é uma arma perigosa. Aparentemente inofensiva diz inverdades que na maioria das vezes atingem a formação jovem.
Assim, quando vemos a projeção de macunaíma como símbolo do brasileiro, isto é muito pejorativo e não condiz com as lutas dos nossos antepassados para nos oferecer um território tão grande. Não condiz com os Bandeirantes. Com médicos brasileiros que percorrem a Amazônia de aldeia em aldeia levando cura a diversas doenças de nossos índios. Não condiz com a coragem dos homens castigados pela seca no nordeste. Não condiz com os soldados do exército que protegem nossas fronteiras. Não condiz com a luta de homens e mulheres em toda nação que buscam melhorar a existência. Poderia desfilar uma seqüência interminável de setores onde estão inúmeros super-heróis.
Ao invés de criarmos anti-heróis, por que não simbolizarmos realmente um super-herói brasileiro?
Além do futebol, um dos grandes vínculos nacionais, temos condição de mostrar ao mundo a face de um imbatível homem brasileiro, capaz de superar tudo e vencer na dignidade, na fé, na força, na cultura e na ciência.
29-10-05

Companheiro de Viagem

Numa viagem para o Sul encontrei um enigmático companheiro de viagem.
Tão logo tomei o ônibus um rapaz bem mais novo que eu, aparentando cerca de trinta anos, cabelos pretos e com feição afunilada sentou-se junto a mim.
De forma natural puxou conversa, para minha surpresa fiquei sabendo seu nome, acreditem: Spoke da Silva. Dizia ter adotado na Terra tal nome e que estava visitando nosso país. Falava um pouco arrastado, tomei-o por nordestino.
Quase só ele falava:
--- Você não vai acreditar, mas sou o que vocês chamam de ET.
Fiquei quieto e ele continuou:
Minha estrela chama-se Xerxe e meu planeta é Sama.
Dando um pouco de corda, perguntei:
--- E onde está sua nave? Veio sozinho?
--- Minha nave está em órbita lunar, nosso grupo é de duzentas pessoas, viemos a passeio.
Logo que terminou de dizer, não agüentei, era dose demais:
--- Ora moço, você está abusando da minha paciência! É melhor parar com esta conversa senão vou ser obrigado a buscar outro lugar.
Sem mostrar nenhum constrangimento me disse:
--- Avisaram-me e eu esqueci, vocês estão num estágio muito primitivo. Pode ficar descansado, não perturbarei mais. Queira me desculpar, às vezes me sinto muito só.
Daquele momento em diante calou-se mesmo.
Comecei a me sentir um grosseiro, poderia ter deixado ele sonhar. Afinal loucos tem em toda parte, não custava dar-lhe crédito.
De qualquer forma as palavras dele ficaram martelando em minha cabeça. Ora, ora, disse que viera da estrela Xerxe, como se viajar de uma estrela para outra fosse possível. Depois, o nome dele, vê se pode? Spoke! Que absurdo. Mesmo na velocidade da luz ainda seria improvável.
Não sei porque, continuava pensando na mesma coisa.
Passamos cerca de quase uma hora em silêncio. Pensei então, não custa ver até onde vai dar a conversa, ou melhor, a loucura dele. Então interpelei:
--- Spoke, você disse que veio passear na Terra. Como vocês fazem? Mesmo que estejam na velocidade da luz, quando voltar, muito tempo já passou em seu planeta.
--- Não é bem assim Januário. Vou mostrar-lhe um exemplo aqui da Terra. Li alguma coisa sobre o passado de vocês, ainda bem recente utilizavam animais para se locomoverem e hoje aviões, ônibus e outros meios. Antes das invenções, vocês teriam dito que seria impossível evoluírem a tal ponto. Calcule então o que acontecerá nos próximos mil ou dois mil anos.
A civilização evoluída de nosso planeta já conta com dez mil anos e acredite, ainda continuamos descobrindo caminhos.
--- Bem, vou entrar na sua. Diga-me o porque de seu nome.
--- Sou o que vocês chamam de estudante. Entre os trabalhos que recebemos estava o de encontrarmos mundos desenvolvidos. Assim, direcionamos nosso “radar” para diversos planos espaciais. Nos surpreendemos com imagens que recebemos de seu planeta. Vimos uma grande nave vasculhando o espaço, inclusive mostrando o dia a dia interno. Não sabíamos que se tratava de ficção. Com um pouco de trabalho conseguimos traduzir o que diziam os tripulantes e um deles chamava-se Spoke, gostei do nome e o adotei quando vim para este mundo.
--- Mas Spoke, o que me diz é fora de cogitação, uma transmissão da terra levaria um tempo tão grande para chegar em qualquer estrela que me parece impossível você me dizer isto.
Spoke me olhou com certa recriminação e me respondeu:
--- Já lhe disse sobre nossa evolução. Se fosse lhe contar sobre tudo que podemos fazer, julgar-me-ia um demente total. Por exemplo, se você pudesse viver milhares de anos e se a Terra mantivesse evoluindo sempre, perceberia que não há limites para a ciência.
--- Está bem Spoke, mas para onde vai quando chegarmos em Curitiba?
--- Vou me reunir com os companheiros e à noite embarcaremos em um pequeno transportador.
No restante da viagem nos acomodamos e a conversa foi pouca.
O ônibus parou na rodoviária, desci e ele também, nos despedimos e seguimos para rumos diferentes.
Tomei um táxi e fui para um hotel. No apartamento, após um banho desci para o refeitório.
Depois de jantar, estava cansado e resolvi voltar para meus aposentos, antes de deitar abri a janela, logo vi um céu estrelado e limpo. Tive então a maior surpresa de minha vida: um óvni, isto mesmo, um objeto voador, não era um avião, em baixa altura, suficiente para que pudesse defini-lo com precisão. Não duvidei mais do meu companheiro de viagem, tenho certeza, passou propositalmente perto de onde eu estava.

Estranho Caso - Conto

O colega de trabalho de Samuel não estava bem. Vivia contando uma história muito estranha, sem nenhum sentido. Até que o amigo o advertiu:
--- Miranda, você não pode ficar falando as coisas que vem afirmando, acabará junto com seus pacientes.
--- Mas é verdade, você conhece o Garcia. Ele desapareceu na minha frente. Não estou doido, não! É verdade!
Samuel dando certo crédito ao amigo resolveu confirmar o fato. Anotou o nome: Antonio Garcia. Não se lembrava dele. Em seguida procurou na recepção os dados do mesmo. Nada encontrou. Voltou então a conversar com Miranda.
--- Miranda, não está registrado, você tem certeza?
--- Mas claro Samuel! Peguei a pasta dele, fiz anotações. Marquei os remédios que deveria tomar e ele estava no quarto 53.
--- Miranda, o paciente que você fala nunca deu entrada neste hospital.
--- Não é alucinação! Disse bravo o Doutor Miranda.
Samuel logo percebeu que estava diante de um problema e, com muito cuidado, disse:
--- Miranda, sei de alguns comentários, mas ainda não entendo, confie em mim, me conte tudo. Só espere um pouco, vou ter que ir à recepção, mas já volto.
--- Vai, eu espero, preciso desabafar. Respondeu Miranda que se recostara no divã.
De fato, Samuel foi até lá e chamando Silvia lhe disse:
--- Desmarque todos os meus compromissos para hoje, vou estar no meu gabinete com Miranda. Não quero ser interrompido.
Retornando à sala, pediu para o amigo relaxar e relatar os fatos.
--- Bem Samuel, vou confiar em você.
Venho cuidando de Garcia à cerca de um mês. Tudo levava a crer que o que me dizia era uma paranóia. Falava que visitava mundos fantásticos, dava nomes de estrelas, da forma de vida existente. Contava sobre animais que nunca imaginei. Fantasia após fantasias, assim pensava.
Eram até fascinantes suas histórias.
Dando-lhe corda, perguntei como se locomovia para visitar as estrelas. Para lhe ser franco, acabei me envolvendo em suas narrativas. Daria um fantástico livro de ficção.
--- Também estou curioso, como ele fazia?
--- Viu! Até você se interessou.
Bem, ele disse que usava o crenomo, uma espécie de veículo ou armadura, e queria que ele não viesse mais, pois era forçado a entrar naquilo. Quase ri, mas ele ficou muito sério. Procurei lhe dizer que era fruto de sua imaginação, que tal coisa não existia.
O Dr. Samuel tendo sua curiosidade aguçada pediu:
--- Conte-me pelo menos uma das histórias de seu paciente.
--- Vou lhe contar uma delas, foi antes de ficar nesta situação.
Garcia estando em Dakon, um dos planetas mais mencionados por ele, me disse ter sido liberado para conhecer os habitantes e o modo de vida daquele estranho mundo. O planeta possuía uma temperatura amena, a estrela que fornecia o calor aparentava ser menor que o sol e a claridade era inferior à nossa. O verde estava em todo lugar, um musgo parecia cobrir a terra toda, as árvores apresentavam um tipo de folhagem caída, mas eram abundantes. Andou por aqueles campos, sentiu que eram tristes, em contraposição com os seres de lá, muito alegres. As noites eram rápidas, mas os dias longos.
--- Mas e os viventes de lá? Interrompeu Samuel, curioso.
--- Segundo Garcia, não eram altos, mas muito faladores. Possuíam uma certa semelhança com os humanos, braços, pernas e cabeças grandes da qual descia uma espécie de carapaça até metade das costas. Usavam roupas pesadas, com certeza para eles o local era frio. Sobre o tampo da cabeça havia cabelos negros e a pele era esverdeada como a acompanhar o panorama. Não viu estradas, nem ruas, mas se locomoviam em coisas que pareciam botes, muitos velozes, sempre um pouco acima do solo. Não viu cidades, mas casas distantes umas das outras. Todas iguais, em formato de esferas e também verdes. Interessante que raramente via cores diferentes. A curta noite, no entanto, oferecia um festival de tonalidades. Duas luas e um fundo muito estrelado e o horizonte que parecia formar o que chamamos aqui de aurora boreal.
Naquele estranho mundo ninguém parecia se importar com a presença de Garcia, somente não conseguia se comunicar com os nativos.
Envolvi-me de tal maneira, que perdia tempo nas consultas. Sempre levando tudo aquilo como fruto de uma imaginação fértil e doentia de meu paciente. Ele me contava tudo nos mínimos detalhes.
--- Mas como ele fazia essas viagens Miranda? Perguntou Samuel cada vez mais entusiasmado.
--- Pois aí é que está o problema! Não posso nem imaginar.
Sempre quando terminava a consulta, saia normalmente pela porta, mas na última vez levantou-se da cadeira e desapareceu na minha frente, foi ficando transparente e sumiu. Meu coração disparou, senti que estava falando com um fantasma. Ainda mais eu, que, como você sabe não acredito em nada.
--- Que coisa incrível Miranda, estou propenso a acreditar em tudo o que está dizendo. Vou lhe pedir apenas um grande favor, não conte mais para ninguém. Vou lhe tirar dessa situação, mas preciso de sua ajuda. A principal é a que acabei de lhe falar. Já entendi tudo e no seu lugar teria agido até pior que você. No meu relatório vai apenas constar que houve um mal entendido, mas vou querer conhecer tudo lá fora. Você deve ter muito mais coisas para dizer e estou curioso. Vamos tirar uma pausa para o almoço e depois continuaremos.
--- Que ótimo amigo, estou precisando disto! Até que enfim vou sair desta agonia que não me deixa dormir e nem me alimento direito.
Ambos deixaram a sala e partiram para o restaurante da clínica.
Depois da refeição voltaram para o consultório.
Miranda já ia deitando-se no divã, quando Samuel lhe disse:
--- Miranda, a pesquisa clínica já terminou. Você não tem nada, mas quero saber tudo sobre o assunto.
--- Quanto me agrada ouvir isto de você. São tantas as coisas que Garcia me disse que até faço confusão. Vou lhe contar como foi o início dos problemas dele.
Segundo me disse, morava numa pequena fazenda do interior de São Paulo. Seu trabalho era de administrador de produção de uma área de plantio de algodão. Residia com a esposa e dois filhos ainda pequenos numa das casas para empregados. Certa noite, muito quente, resolveu dar uma volta pelos arredores, quando notou uma espécie de estrela cadente riscando o firmamento. Em seguida viu uma forte claridade nas proximidades e foi olhar mais de perto. Andou uns quinhentos metros e, de repente, contra sua vontade se viu levado para dentro de um grande objeto esférico.
Ficou muito assustado, mais ainda quando estranhos homens que lembrava os chamados Ets se aproximaram falando normalmente e lhe disseram:
--- Necessitamos de uma cobaia humana e você serve.
Com um terrível medo, mal balbuciando as palavras, perguntou:
--- Vão me matar?
--- Não, você conhecerá coisas que nunca imaginou. Viajará pelas estrelas, terá uma vida muito longa, mas nunca mais voltará para a Terra.
Garcia ficou até feliz por saber que não lhe fariam mal.
Até neste ponto da história julgava-o paranóico. Mas como sabe, nossa profissão é ouvir o paciente ao máximo para encontrarmos a solução. Então continuei:
Garcia, por que queriam você como cobaia? Explicaram?
--- Sim, disseram simplesmente que em planetas do tipo da Terra eles não podem descer, que já haviam tentado isto, mas que foi desastroso, inclusive devido a um terrível vírus que não conseguiram controlar, visto serem diferentes das espécies que habitam planetas rochosos.
--- Então você não esteve no planeta deles? Perguntei.
--- Da mesma forma que eles não podem andar pela Terra, com certeza eu também não poderia descer onde vivem.
--- Mas como então eles entraram em contato com você? Tornei a perguntei.
--- Eles não me tocaram, estou vivendo dentro do crenomo desde o primeiro instante, mas não sabia.
--- E no momento Garcia, onde está este tal de crenomo?
--- Doutor, você não pode vê-lo, deixei lá fora antes de entrar aqui.
--- Não pode escapar agora? Perguntou Miranda.
--- Não ele vai atrás de mim e sou chupado para dentro, ele me controla. Para lhe ser franco, nem sei o que sou. Da forma que você me vê eu também me vejo.
--- Por que veio aqui? Por que não vai ver sua família?
--- Sou parte da máquina, assim penso. Apenas saio dela quando me permite.
--- Bem Samuel, achava tudo isto uma tremenda de uma idiotice.
--- Entendi Miranda, continue a contar sobre os planetas.
--- Bem, continuemos com as palavras de Garcia.
--- Em vários lugares onde estive só existiam animais, em paisagens primitivas. Pelo jeito não são muitos os planetas habitados por seres inteligentes. Vários lugares são habitados por hominídeos de todos os formatos. Por vezes enormes, ora tão baixos que não passam de um metro. O planeta que mais me chamou a atenção possuía dois sóis e uma civilização avançadíssima. Chegaram a capturar o cremono e a ter contato com os seres que me encarceram nele. Houve entendimento porque depois, já estava de novo me aproximando de algum outro astro.
--- E como faz para se alimentar?
--- Desde que saí da Terra não como ou bebo nada, meu organismo é controlado pela máquina. Sei apenas que estou vivo e que não necessito de nada para viver.

O relógio do consultório de Samuel já marcava mais de l8,00 horas e a narrativa de Miranda não parecia ter fim. Foi quando o chefe da psiquiatria disse ao amigo:
--- Miranda, tudo que vem contando faz sentido, mas é tão fantástico! Ele não deixou algo, alguma coisa qualquer, pois todos os registros que falou não existem, nada para apoiá-lo.
--- Sim, tem razão! Havia me esquecido. Ele me presenteou com isto! E entregou ao amigo um pequeno cilindro de cerca de 5 centímetros de comprimento por 0,5 centímetros de diâmetro. Um objeto transparente igual a qualquer pedaço de vidro.
--- Mas isto é vidro! Samuel disse até irritado.
--- Então experimente quebrá-lo. É mais resistente do que qualquer coisa que já vi.
As horas haviam passado e a secretária Silvia já estava ansiosa, aguardava o chefe o dia todo. Nisto sua auxiliar que também esperava o médico para poder sair perguntou:
--- O que está fazendo o Doutor sozinho no seu consultório?
--- Não sei, só vi ele sair para o almoço e logo voltar. Respondeu Silvia.
--- Muito estranho. Disse Neide.
Para alívio de ambas, o Doutor Samuel saiu do consultório e fechou a porta, em seguida chegou até elas e perguntou:
--- Vocês viram se o Doutor Miranda saiu?
--- Quem é o Doutor Miranda? Retrucou Silvia.
--- Ora, vai me dizer que não o conhece! Era só o que me faltava!
--- Nunca o vi Doutor, é algum amigo seu?
O médico saiu correndo e as duas se olharam.
--- Será que o Doutor pirou? Você conhece esse tal de Doutor Miranda? Perguntou Silvia. --- Nunca vi tal médico. Vamos embora que já passou muito da hora de sairmos.

Máquina Maravilhosa

Agora o tempo passou, tenho na memória um fato incrível que me ocorreu e que até bem pouco não conseguia contar a ninguém.
Corria o mês de Janeiro de 1970. Tudo teve início na primeira semana, numa segunda feira.
Lembro-me muito bem. Como de costume, muito cedo fui para o quintal. Gostava de sentir o ar fresco da manhã.
Estava clareando, quando observando o chão vi uma caixa retangular, medindo 20 por 30 centímetros, parecendo um rádio ou algo semelhante. Logo pensei, alguém invadira minha propriedade e deixara cair aquilo.
Apanhei o objeto; quando o fiz, senti uma sensação estranha. Não era rádio, possuía vários botões e trës visores. Caracteres desconhecidos indicavam as funções; nunca havia visto coisa igual.
Meu trabalho começava às oito, portanto dava tempo de examinar o achado. Levei o Aparelho para uma velha mesa. Com muito receio, resolvi tocar nos botões. Apertei um e outro, nada aconteceu, mas quando toquei no primeiro da esquerda, na mesma ordem a primeira tela clareou como TV e logo a imagem: pequenas casas quase cobertas pela neve, uma cena parada, não fosse pelos flocos de gelo que caiam. Toquei então no seguinte e para meu espanto, de repente, fui transportado para aquele lugar gélido. Fiquei desesperado, sentia na pele o frio intenso, diante de mim uma vila que nunca soube onde era. Sem atinar sobre o que fazer, caminhei sobre a superficie gelada, afundando e escorregando, desnorteado. Sorte a situação ter-se logo desvanecido. Como uma cortina que se abrisse, estava de volta diante da mesinha e daquele aparelho. Tiritando de frio sacudi o gelo dos sapatos, o que me fez acreditar que não havia sido um sonho.
Depois do ocorrido, sequer voltei de imediato a colocar as mãos naquela coisa. Continuei a observá-la a certa distância, receoso e precavido.
Estava ainda olhando aquilo e pensando, quando minha esposa gritou lá da cozinha:
— Chiiico!! Vem tomar cafééééé!
No mesmo instante, como por encanto o objeto desapareceu, simplesmente sumira.
Atônito, ainda tentei contar para Rita o fato, mas não conseguia, um bloqueio mental me impedia. Começava a falar e logo me esquecia do que ia dizer.
Antes de ir para o trabalho, voltei para o local onde colocara a máquina sem nada encontrar. Naquele dia não fui produtivo.
No dia seguinte, levantei-me antes da cinco e fui procurá-la. Para minha satisfação, lá estava, no mesmo lugar.
Tomando coragem, levei-a para perto de uma luz e pus-me a estudá-­la. Apesar de ser um objeto certamente de origem extraterrestre, não foi diflcil entendê-la. A explicação estava no terceiro botão. Ao tocá-lo, o segundo visor se iluminava e a Terra aparecia. Um pequeno sistema de controle permitia direcionar um ponto luminoso em qualquer ponto da esfera, conseqüentemente a primeira tela mostrava o local. Um outro contato regulava o tempo de permanência.
Não me apavorei mais, sabia o que fazer. Era a oportunidade que sempre havia sonhado, conhecer todos os recantos do mundo.
Foi um período inesquecível, cada dia conhecia um ou mais lugares. Controlava as viagens de forma a chegar sempre antes de ser chamado para o café e, por absurdo que pareça minha esposa nunca percebera minha ausência. Mas nem tudo ia bem, estava ficando obcecado, não me alimentava direito, dormia pouco e quase não conversava com ninguém.
— Chico, você está emagrecendo a olhos vistos, o que está acontecendo?
— Nada Rita, estou bem.
No trabalho, constantemente estava sendo advertido, O Supervisor do setor chegou a ameaçar-me:
--- Você está sendo relapso, sempre no “mundo da lua”, não tem medo de perder o emprego?
Responder o quê, ele estava com razão, mas não deixei de continuar a viajar, até que antes do final do mês, resolvi acionar os demais controles e descobri que poderia sair fora do planeta e chegar em outros sistemas.
Para isto, uma caixa transparente se materializava e dentro dela acabei conhecendo lugares estranhos, mundos hostis.
Habituara-me com a máquina, vi coisas que nenhum humano jamais poderá imaginar.
Algo me impedia de contar a quem quer que fosse as minhas aventuras. Mas tudo tem um fim, quando já sabia quase todas as funções do Aparelho, resolvi acionar a terceira e última tela. Assim, procurei por todas a formas e acabei conseguindo, o quadro se iluminou e apenas um X surgiu no visor, em seguida o objeto desapareceu e nunca mais reapareceu. Fora o fim daquela minha experiência.
No intimo achei bom ter acabado, pois a partir de então voltei para minha vida normal.
Somente agora é que consigo narrar os acontecimentos. Por esta razão todos estão preocupados comigo. Não me importo, quem quiser acreditar, que acredite.

Viagem ao Planeta Azul

Delta Pavonis está a 19,2 anos luz de distância da Terra, localiza-se na Constelação do Pavão, como o próprio nome indica. Mais de cinco vezes maior que nosso sol, referida estrela detém uma família numerosa de planetas.
A vida proliferava em Grim, décimo no sistema. Dois satélites naturais equilibravam oceanos e a natureza como um todo.
Aquele mundo estava num processo de acomodação de camadas muito perigosa e embora estivessem em altíssimo estágio tecnológico, nada podiam fazer. Muitas cidades já haviam desaparecido. Maremotos e terremotos eram freqüentes, o povo estava enlouquecido, era o fim. Tais acontecimentos vieram de surpresa. Apenas um grupamento de naves, não mais que cem poderia sair do planeta. Cada uma, também podia comportar no máximo cem pessoas contanto homens, mulheres e crianças.
Uma rápida seleção definiu os privilegiados.
O fim da raça era irreversível, mal dava tempo para os preparativos de embarque, assim com muita rapidez os escolhidos dirigiram-se para o local de decolagem.
Lotados os aparelhos, deixaram Grim para nunca voltarem.
Dez navios foram direcionados para a Terra, sob o comando geral de Molic.
O comandante não se conformava com a situação, tanto quanto aquele milhar de seres que o seguiam.
Em pleno vazio sideral e em formação os objetos eram os únicos a quebrarem a monotonia. Os meses passavam e o comandante se embrenhava no estudo da rota.
Pensativo, analisando todas as imagens obtidas em viagens anteriores, chamou sua esposa Irka, que logo se posicionou ao seu lado. Irka além de companheira chefiava e coordenava aquela sociedade em fuga.
--- Alguma novidade Molic?
--- Preciso dizer-lhe uma coisa que não sabe. Estamos indo para um planeta de gigantes, portanto habitado. A maior parte tem o dobro de nosso tamanho e isto me preocupa.
--- Por que então escolheu a Terra?
--- Eu não escolhi, recebi ordens. Depois não é fácil encontrar planetas semelhantes ao nosso. Cada grupamento foi para lugares que já visitamos.
Enquanto dava explicações à esposa passava e repassava as tomadas do planeta. Eram inúmeros os registros, feitos justamente para auxílio em momentos de descidas.
Podia ampliar ao máximo qualquer região. Foi durante esse processo que alertou Irka:
--- Veja, este local parece oportuno para nós... Olhe os habitantes!
--- Estou vendo, são de nosso tamanho, um pouco diferentes e feios.
--- Acho que vou programar as coordenadas de pouso para este local. Concorda?
--- Não sei! Algo me diz que não devemos nos aventurar.
--- Faz tanto tempo que procuro um bom sítio e até agora nada. Pelo menos estaremos no meio de seres parecidos conosco.
--- Você é o comandante, faça o que achar melhor.
Molic não pensou mais, chamou os técnicos e abriu comunicação com todo grupo, ditou os códigos e observou que logo encontrariam o portal para a Terra.
Depois de mais algum tempo em viagem normal, chegara o momento. Os computadores de bordo assinalavam o ponto de entrada.
À medida que passavam para a nova dimensão, os visores simulavam um caminho circular sempre afunilando. Por muito tempo a imagem era sempre a mesma.
Homens, mulheres e crianças ficaram num suspense total. Afinal o que iriam encontrar do outro lado?
O caminho terminara com o circulo se alargando e uma estrela muito brilhante foi surgindo, era o sistema solar.
O acontecimento não trouxe nenhum contentamento para os angustiados seres de Grim. Pareciam antever um mal presságio. Irka procurou amenizar, mas sentindo-se igual não conseguiu transmitir otimismo aos viajantes.
Bem, viram os planetas e chegaram frente ao belo mundo azul. As dez naves, todas programadas, nem orbitaram o novo lar. Em pouco tempo entraram numa região montanhosa e como a cumprir um ritual foram se apoiando no solo.
Silenciado todo o barulho dos retro-motores a população recém-chegada preparou-se para entrar em contato com o novo ambiente. Por sinal em nada diferente de onde vieram. Ar, plantas, água e cheiro característico de terra. Isto animou os viajantes fazendo voltar a alegria.
Um dia passou e uma nova manhã chegou. Analisaram a área e acharam-na livres, sem obstáculos.
A decisão foi tomada. As escotilhas foram abertas e os sobreviventes de Grim começaram a respirar a nova atmosfera.
Irka organizou os grupos e disse o que fazer, ou seja, iniciarem construindo os abrigos.
As crianças sorriam, brincavam e os grandes também sentiam esperança.
Vinus, um dos pilotos, se aproximou de Moluc e comentou:
--- Onde estarão os habitantes daqui?
--- Quando ouviram o barulho de nossa entrada devem ter fugido. Pelo jeito é uma tribo primitiva e naturalmente sentiram medo. Acredito que nem virão até nós.
Moluc estava certo. Realmente fugiram, mas até quando?
Os meses passaram, a pequena comunidade começou a tomar forma e a se integrar naquele pedaço da Terra.
Irka mantinha-se preocupada, achava que ainda teriam surpresas. Parte deles se recusava a pernoitar no acampamento e preferia ficar dentro dos pequenos navios.
O tempo passava e tudo parecia normal, dia a dia um novo progresso. A primeira casa, ali mesmo, uma segunda e o entusiasmo transpareciam. Um primeiro sistema de ensino e um local para culto, pois também acreditavam num Deus.
Com pequenos veículos vistoriavam o local. Os nativos começaram a surgir nas proximidades, mas sem chegarem até eles. Quando os focalizavam percebiam ódio em suas expressões. Mesmo assim, Kinra, Jafi e Nuc pediram licença a Moluc para tentarem um contato e partiram em busca de alguns deles.
Demorou muito para a aproximação, até que ela ocorreu.
Mostrando que não queriam fazer o mal, chegaram até a levar uma família para conviver na comunidade. Ficaram então sabendo que eram chamados Dropas. Moluc fez questão de aprender a língua deles.
Tudo corria bem, parecia que o primeiro passo havia sido concretizado, não fosse um incidente.
A família nativa acolhida pelos intrusos parecia muito feliz e gostava da convivência com eles. Aos poucos outros começaram a chegar e a bisbilhotar o acampamento ou pode-se dizer a pequena aldeia. Certo dia, porém, um jovem curioso entrou numa das naves. E como podia se esperar foi mexer em sistemas delicados que continham alta energia. Acabou sendo eletrocutado.
Espantados com o fato, sem nenhuma noção sobre aparelhos eletrônicos, tomaram o objeto como um ser maligno e conseqüentemente acusaram o grupamento alienígena.
Abandonaram imediatamente o local, novamente fugiram apavorados. A vítima era filho do chefe e por isto a repercussão tomou um rumo catastrófico.
Orgum, pai do jovem, convocou todas as demais tribos para se organizarem para a guerra. Atacariam os “cabeças grandes” como os chamavam.
Na comunidade, Moluc estava preocupadíssimo, mas esperava que os nativos entendessem. Ocorre que eles não conheciam máquinas e as naves eram gigantes perigosos.
Alguns dias se passaram. Devido ao distanciamento dos Dropas chegaram a acreditar estarem livres de um perigo imediato.
Engano, um alvorecer diferente surpreendeu a aldeia, totalmente cercada. Moluc tentou conversar com eles, mas foi o primeiro a ser morto, em seguida como uma avalanche que tudo destruía aquele exército atacou, matando, entrando nas naves e destruindo o que podiam. O povo de Grim, aqueles que conseguiam escapar pegavam suas armas de defesas e subiam nos pequenos transportadores também matando muitos e isto fez com que recuassem.
Aproveitando o momento de trégua os sobreviventes do massacre entraram nas naves para saírem dali, mas nenhuma delas funcionava, o estrago fora grande.
Não podiam nem mais as utilizar como abrigo, as escotilhas estavam danificadas.
Embora triste e lamentando a sorte, Irka se pôs á frente para organizar uma fuga. A pé e alguns montados nos “seres velozes”, nome dado pelos nativos, tomaram a direção das montanhas. Chegando lá encontram grutas muito grandes, capazes de os acolherem com certa segurança.
Vendo que os Dropas estavam afastados, voltaram ao acampamento para enterrar os mortos. E em várias viagens levaram tudo que era necessário para o novo local.
Homens, mulheres e crianças estavam apavorados, não sabiam o que lhes reservava o destino. Acreditavam que não sobreviveriam, sempre esperando um novo ataque.
Nessa angústia, Irka reunindo todas as suas forças, tentava dar ânimo ao pequeno grupo. Alimentos para sobreviverem havia, mas a vigília desgastava os corações cansados pelo sofrimento.
As semanas passaram, mas a ansiedade pelo amanhã sempre aumentava. Sentinelas se revezavam, vez ou outra também faziam tomadas da situação através dos pequenos transportadores. No entanto estavam sem combustíveis e se acaso um deles caísse, alertaria os inimigos.
Mas nada dura para sempre e o desfecho viria.
Irka recebera o aviso da sentinela, estavam vindo na direção deles. O sol ainda não havia surgido e aquele novo alvorecer talvez fosse o último. Reuniu seu povo e disse:
--- Não vamos nos iludir, estejamos preparados. Somos alguns poucos seres e por mais que lutemos, não vamos vencer a turba. Com certeza será o nosso fim. Portanto só nos resta pedir ao criador que nos ajude neste momento.
Não demorou muito e novamente a sentinela chamou a chefe e lhe disse:
--- Eles pararam na encosta e apenas está subindo um casal.
Qual não foi a surpresa de Irka ao vê-los entrar. Eram Vorung e Zina, os mesmos que viveram com eles e aprenderam a língua. Logo que a encontrou Vorung disse:
--- Não queria que tivesse ocorrido a guerra, mas desta vez viemos em paz. Trago um recado de Orgum.
Ele aceita que vivam aqui nas montanhas e reconhece que o filho foi imprudente.
A comandante parecia não acreditar no que ouvia. Junto com alguns outros de Grim desceu com o casal.
Orgum os recebeu bem e com sinais selou um entendimento com ela.
Depois de um contato amistoso, voltou para a caverna e deu um pouco de alegria ao seu pessoal.
Os seres de Grim viveram por muitos anos na região e sem atritos, mas o contágio com os nativos acabou causando-lhes um vírus que não puderam controlar. Primeiro foram as crianças, depois os mais velhos, no final todos acabaram perdendo a vida.
Prevendo a desgraça quiseram deixar mensagens da vinda deles para este mundo. Desenharam nas paredes das cavernas e enterraram alguns de seus mortos numas e retirando discos do sistema de controle e informação das naves registraram a história deles.

Observação do autor: Lógico que a história acima é pura ficção, mas foi baseada num fato que pode ter ocorrido realmente. Em 1938 foram encontrados em cavernas das montanhas que ficam na fronteira sino-tibetana 716 pratos de granito, furados no centro, com 2 cents. de espessura onde uma escrita circular foi parcialmente decifrada. Conta que alienígenas desceram com suas naves e não puderam decolar. Que foram atacados pelos nativos (os Dropas). Reforçando, desenhos nas paredes de homens com capacetes, linhas, estrelas, sol e lua também existiam e para concluir sepulturas em série, de seres pequenos e cabeças grandes. Estima-se que isto tenha ocorrido a 12.000 anos. Maiores detalhes, ver o Livro De Volta às Estrelas de Erich Von Däniken, Capitulo VII (Conversações em Moscou), de onde extraí este resumo.

ENIGMAS DA VIDA - Contos

ENIGMAS DA VIDA
Ildefonso Giuliani vivia muito bem com a esposa Marta e as duas filhas adolescentes Miriam e Maria Joana.
Na intimidade era conhecido por Ildo. Um pacato cidadão de quarenta e dois anos, estatura média, com início de calvície, falador, agradável e possuía até um certo carisma.
Na sua pequena cidade todos o conheciam, sua presença em fins de semana junto a amigos era comum, onde estivesse sempre havia um toque de alegria.
Nas segundas feiras tomava seu veículo e partia para visitar farmácias em muitas cidades. Era vendedor de produtos farmacêuticos.
Tudo corria como sempre até que certo dia durante uma viagem sentiu-se muito mal. Palpitações descontroladas, suor frio, dificuldade com o braço esquerdo fizeram com que ele parasse na primeira cidade e procurasse o pronto socorro.
A situação era séria, foi imediatamente internado e a família foi avisada. Marta e as duas filhas alugaram um Táxi e partiram imediatamente para Carmo da Serra, em duas horas estavam no Hospital Central.
O mal súbito de Ildo trouxe total intranqüilidade para a família. Recebera alta com severas recomendações do médico que o atendera.
O Doutor Jânio, conversando com Marta disse-lhe:
--- Seu marido está com séria lesão cardíaca, todo cuidado será pouco. Desculpe-me se falo desta forma, mas é urgente um tratamento.
Marta não entendera bem, ficou desnorteada e perguntou:
--- Poderá ele continuar trabalhando?
--- Talvez nunca mais possa, aconselho entrar em entendimento com a empresa e pedir aposentadoria por invalidez.
--- Doutor, então a situação é grave mesmo.
O médico confirmou, deu alguns medicamentos para controle imediato e orientou sobre as providências que deveria tomar. Também informou não ter dito nada ao paciente, preocupado em não piorar a situação, mas que aos poucos ele deveria ser informado.
Voltando para sua casa em Pedra Branca não deixou o marido dirigir, dizendo que ele estava sob sedativos. Para as filhas apenas falou que o pai não estava bem.
No dia seguinte, enquanto Ildo descansava, procurou o Dr. Celso, amigo e médico da família. Contou tudo a ele que imediatamente foi vê-lo.
O Dr. Celso também entendeu a gravidade do caso e o levou para internação. Depois de muitos exames, de algumas tentativas frustradas fez uma reunião médica onde foi definido que somente um transplante poderia salvá-lo; a operação teria que ser urgente.
Ildo era muito bem quisto e isto veio a ajudá-lo naquele momento. Nessa altura dos acontecimentos já estava a par da doença.
Fora dispensado da empresa, indenizado e os papeis de aposentadoria já corriam. Ao contrário do que se esperava ele encarou a doença com otimismo e achava que ainda não seria daquela vez que deixaria este mundo.
Entrou na fila de espera para o transplante.
Sua única tristeza era ter de ficar em sua casa e não participar mais das habituais festas.
Dessa forma ele passou três meses. Numa quarta feira de junho o Dr. Celso foi visitá-lo com a notícia:
--- Ildo chegou a hora de trocarmos o seu coração, o centro de transplantes de Japirã fará a cirurgia, temos um doador. Devido a urgência de seu caso você encabeçou a lista. Vou levá-lo para lá ainda hoje.
Em seguida deu instruções à Marta sobre tudo que deveria preparar.
Assim aconteceu, foram para Japirã e a cirurgia foi um sucesso.
Em poucos dias Ildo já se sentia outro, queria até sair do hospital, só não deixaram porque ainda precisavam acompanhar rejeições ao órgão.
No final, recebeu alta e o tempo passou. Alguns meses depois o ex-viajante sentia-se inteiro, perfeito, quase voltando à rotina antiga.
Cansado de não fazer nada, disse para Marta:
--- Já estou muito bem. Pedi aposentadoria por invalidez, mas eu posso trabalhar. O que não consigo mais é ficar inativo. E agora?
--- Ildo, Ildo, não invente moda. Ainda é cedo para recomeçar, só quando o médico disser que mais nenhum perigo existe. Continuou:
Estou vendo que você está querendo é viajar, pois então façamos uma corrida por todos os lugares onde você vendia.
--- Eu topo Marta, podemos ir amanhã. Bem, e nossas filhas? Estão na escola.
--- Elas podem ficar com a avó até voltarmos. Mas vou dizer desde já, eu vou dirigindo.
--- Não vejo a hora de pegar no volante. Eu dirijo o carro.
--- Veremos! Não vai não e se teimar nós ficamos.
--- Está bem Marta, você manda! Por enquanto!
Combinada a viagem, o casal alegremente colocou a bagagem no veículo, despediram das filhas e partiram um tanto sem rumo.
Ildo estava eufórico, depois de algum tempo entraram na primeira cidade.
Marta ficou conhecendo pessoas e lugares onde o marido costumava ir. Almoçaram num restaurante e depois, ainda no mesmo dia seguiram para uma outra localidade. E assim, ainda foram para uma terceira, onde pernoitaram.
Quando amanheceu já estavam de novo na estrada. O ex-viajante estava recordando e não deixava de ficar aborrecido, afinal nunca havia esperado que seu tipo de vida fosse interrompido.
Marta, percebendo, procurou distraí-lo e direcionou seus pensamentos para outras coisas. Assim, perguntou-lhe:
--- Para onde vamos agora?
--- Para Santana da Paz e depois para Serra Mestra?
--- E o que tem de interessante nelas?
--- Você vai gostar, há recantos maravilhosos, só que por hoje vamos apenas nas duas, teremos que andar mais de cem quilômetros.
--- Mas, não têm outras entre elas?
--- Não me lembro, parece que sim, mas não era do meu roteiro de visitas.
Chegaram em Santana, passearam e se divertiram e depois retornaram para a estrada.
Na metade do caminho de Santana para Serra Mestra, havia uma cidade cuja entrada era bem próxima à pista. Quando estavam perto Ildo comentou com a esposa:
--- Ora, não entendo, o nome é Pitangueira e me parece bastante familiar.
--- Quer dar uma entrada para conhecermos? Não estamos fazendo nada mesmo, não custa conhecê-la. Disse Marta curiosa.
À medida que o carro passava pelas ruas e vielas, mais lembranças do lugar iam surgindo, chegou até a ponto de falar para Marta que ao entrarem em determinada rua encontrariam o grupo escolar. O que de fato aconteceu.
Ildo começou a ficar preocupado, tinha certeza de nunca ter ido aquela cidade.
Ao dobrar uma esquina viu um homem que o deixou bastante estranho. A esposa observou a mudança de fisionomia e logo interpelou:
--- O que aconteceu? Você conhece aquele homem? Você ficou branco!
--- Olha Marta tenho certeza de que nunca o vi, por outro lado tenho também certeza de que o conheço muito. Será que a doença me perturbou? Isto é muito estranho.
Ildo deu mais uma volta com o carro e tornou a passar perto da mesma pessoa que permanecia junto à porta de um escritório. Uma vez mais afirmou para Marta que conhecia aquele homem.
Marta ficou preocupada e fez com que o marido saísse de lá e continuasse o caminho. Para acalmá-lo disse que já havia lido sobre tal tipo de acontecimento. Explicou que algumas vezes nossa visão adianta um pouco em relação ao raciocínio e provoca este tipo de coisa, ou seja, a impressão de já ter estado em determinado lugar.
Sabia que ela passava muito tempo lendo, por isto aceitou seu argumento.
Passaram toda uma semana viajando, divertiram-se e voltaram para casa.
Tudo corria bem, sem problemas.
Dez meses depois, certa noite, Ildo acordou assustado. Havia tido um pesadelo, sonhara com o homem do escritório. Estava numa estrada de terra onde havia uma grande pedra e nela a propaganda, Casa do Agricultor, em letras enormes; olhava para o escrito quando referido homem chegou perto dele puxou de uma arma e atirou em sua cabeça, ao cair viu que ele colocava o revolver debaixo da pedra.
Contou para Marta que não deu maior valor, dizendo que ele deveria deixar de comer antes de deitar.
Dali em diante o mesmo pesadelo sempre voltava.
Diariamente comentava com a esposa, reclamando da vida e do sonho que se repetia. Marta cheia de problemas acabou perdendo a paciência:
--- Veja se faz alguma coisa, agora você já pode, o Dr. Celso me disse que não há mais risco. Também não me aborreça mais com teus pesadelos, pense em outros problemas.
Ildo ficou magoado, quis responder, mas ponderou: - ela tem razão, está trabalhando no meu lugar, cuidando da casa, de mim e das filhas. Depois disse:
--- Bem Marta, você tem razão, vou viajar um pouco e ver se consigo fazer alguns bicos.
No entanto ele queria mesmo era desvendar o porquê de seus pesadelos. Não dissera a ninguém, mas começava a acreditar que a memória do doador estava nele.
Achava um absurdo, mas passou a acreditar que bastaria descobrir como morrera o homem que lhe salvara a vida para ficar livre dos sonhos.
Procurou o Dr. Celso, mas este nada sabia. Disse apenas que alguma informação talvez só no centro de transplantes em Japirã. Com receio de cair no ridículo não contou para o amigo o verdadeiro motivo da pergunta.
Foi a Japirã, mas nada conseguiu. A família do doador proibira informações.
Cada vez mais desconfiado de que seus pesadelos tinham a haver com o transplante, se empenhou em conhecer de uma forma ou de outra quem teria sido o doador, fixou seu pensamento nas imagens do sonho.
Resolveu voltar a Pitangueira e investigar.
Com base na data em que fora operado, procurou no arquivo municipal, jornais locais.
Não demorou muito para encontrar o que queria. Dois dias antes da data de sua cirurgia encontrou a manchete:
Mauricio Jonas Lutércio encontrado agonizante.
Verificando o jornal do dia seguinte viu a notícia sobre a morte do rapaz.
Pelo que constava não havia pistas sobre quem teria assassinado o jovem. O jornal dizia tratar-se de pessoa bem relacionada, que desfrutava de bom conceito.
Fazendo algumas perguntas ficou sabendo que a polícia não havia encontrado o assassino. Lembrou-se então do homem que lhe aparecia em sonho. Acabou descobrindo-o no mesmo lugar, seu nome: Antonio Justino Mafoto. Foi fácil, era dono de um cartório e seu nome estava numa placa frontal no prédio.
Associando sonho e fatos, entrou em várias pequenas estradas municipais procurando a pedra que via nos pesadelos. Encontrou-a, mas nem desceu do carro para procurar a arma.
Algo parecia lhe dizer para não perder mais tempo e informar a polícia. Com tal pensamento saiu de Pitangueira e voltou para sua cidade. Em sua cabeça tinha certeza de que o doador era a vítima e de que não precisava de maiores detalhes.
De sua cidade fez uma ligação anônima chamando o delegado de Pitangueira e disse-lhe:
--- É sobre a morte de Maurício Jonas Lutércio, sei quem foi seu assassino. Basta procurarem na estrada que vai para o Bairro Seco, mais ou menos na metade do caminho, encontrarão uma grande pedra e nela a propaganda Casa do Agricultor, debaixo da mesma tem um vão e lá encontrarão um revolver. As digitais nele deverão indicar pertencer a Antonio Justino Mafoto, o criminoso.
Poderia ter ido à delegacia, mas achou que se assim procedesse não surtiria o efeito desejado, acabariam julgando-o louco. Razão de optar por uma denúncia anônima.
Depois de alguns dias Ildo ficou sabendo sobre a prisão do culpado e que o mesmo confessara o crime.
O ex-viajante nunca mais voltou a ter qualquer sonho relacionado e sentiu merecer aquele coração.
Contou tudo para a esposa que acabou acreditando nele e no final lhe perguntou:
--- Será que era o espírito do rapaz?
Ildo pensou um pouco, depois respondeu:
--- Não sei, é um grande enigma. Não quero nem pensar e nem falar mais do acontecimento. Começaremos nova vida.

HONESTIDADE

A honestidade, vez ou outra aparece, temos visto pessoas com muita responsabilidade capazes de achar um dinheiro e devolve-lo ao dono. Quando isto acontece até a Televisão é acionada para mostrar o herói.
Necessitamos de muito mais. Se adolescentes e crianças fossem treinadas; poderíamos tornar fatos assim normais. Será que não é o momento de mostrarmos ao mundo outra face do brasileiro?
Tudo depende de orientação antes de qualquer atitude.
Uma experiência poderia ser colocado em prática:
Numa vasilha colocar-se-iam doces e objetos que crianças gostam, cada coisa com seu preço. Próxima uma sexta com dinheiro suficiente para trocos, sem ninguém para vigiar.
Se tudo correr com normalidade, cada criança comprará, pagará o objeto e até trocará o dinheiro se necessário.
Se os alunos estiverem motivados a agirem corretamente terá havido uma elevação de dignidade. Se for tomado a sério um processo deste tipo, aos poucos poderemos conseguir uma mudança de comportamento muito salutar. Você acredita nisto? Eu acredito!

DROGAS

Ninguém consegue acompanhar os filhos em todos os momentos. Esta é a causa principal na evolução do vício.
O hábito de ingerir drogas vem dos tempos antigos e os velhos são também responsáveis pelo que hoje acontece.
Começou com o fumo, com o cigarro. Lembro-me perfeitamente dos amigos que me forneceram o primeiro cigarro e, até hoje estou a enfumaçar por dentro e por fora.
A conversa é a mesma:
--- Experimente!
A diferença é que hoje drogas mais pesadas circulam nas mãos dos jovens, mas tenho certeza que o tipo de conversa é a mesma.
Por acharem que aquilo é apenas uma experiência embarcam na desgraça.
Voltam a repetir o ato e quando percebem estão no grupo dos narcóticos.
O resto é o que estamos vendo no dia a dia, sem precisar de maiores comentários.
Barbaridades são cometidas em função de uma atitude impensada que partiu da primeira vez que o usuário se dispôs a cheirar ou fumar um preparado que não faz parte da alimentação do organismo.
Agora estamos nesta luta contra as drogas, mas são os viciados que devem dar um basta e DIZER NÃO Á DROGA.
Quantos pais e mães se desesperam para verem seus filhos passarem para uma vida normal.
Será que não vale a pena alguém dizer:
--- Fui um viciado e hoje estou livre!
É necessário um trabalho muito grande. Principalmente na observação de atitudes em casa, na constante advertência para não entrarem para a lista de pessoas que tudo perdem na teima de continuarem a utilizar drogas. A consciência é deles e é necessário que caiam em si do absurdo que estão fazendo com o próprio corpo. Sempre é tempo de voltar a traz.

domingo, 12 de julho de 2009

UMA PEQUENA HISTÓRIA

Tudo o que quisermos podemos transformar num pequeno conto.
Minha filha é uma pintora das melhores, capaz de reproduzir na tela tudo quanto lhe vem à cabeça. Não poderia deixar de lado um acontecimento com uma de suas obras. Por sinal, como todas magníficas.
Ela transportou para a tela uma bela paisagem, capaz de levar aos sonhos. A finalidade: presentear sua tia.
A composição: um local onde temos até vontade de entrar dentro da pintura e viver naquela simplicidade do campo. Uma pequena casa numa elevação, ladeada por árvores floridas, um balanço, um coreto, uma cachoeira, um pequeno lago. Um parquinho e caminhos que levam para a bela casa. Dentro de toda beleza, desenhou um galo, uma galinha e três pintainhos, compondo o panorama.
Tudo perfeito, mas existe sempre alguém a examinar detalhes e o comentário partiu de seu tio.
--- O galo é gay!!!
Todos deram risadas, afinal “galo gay”! Mas por que?
Ele então explicou: a galinha nunca corre atrás do galo. E com isto a tela mostra um exemplar contrário à sua natureza.
Logo outra pessoa que também observava disse:
--- São os dias de hoje!!, Tempos modernos!!, ah!, ah!, ah!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conselhos de uma Senhora de 92 anos

Dona Maria era uma senhora de 92 anos, elegante, bem vestida e penteada. Estava de mudança para uma casa de repouso, pois o marido, com quem vivera 70 anos, havia morrido e ela ficara só...

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.

A caminho de sua nova morada, a atendente ia descrevendo o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas de chita florido que enfeitavam a janela.

- Ah, eu adoro essas cortinas - disse ela com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Mas a senhora ainda nem viu seu quarto...

- Nem preciso ver - respondeu ela. Felicidade é algo que você decide por princípio. E eu já decidi que vou adorar! É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.

Sabe, eu tenho duas escolhas: Posso passar o dia inteiro na cama contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. Cada dia é um presente.

E enquanto meus olhos abrirem vou focalizá-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida.

A velhice é como uma conta bancária: Você só retira daquilo que você guardou.
Portanto, lhe aconselho depositar um monte de alegria e felicidade na sua Conta de Lembranças. E como você vê, eu ainda continuo depositando.

Agora, se me permite, gostaria de lhe dar uma receita.

1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago
2. De preferência aos amigos alegres. Os “baixo astrais" puxam você para baixo.
3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.
4. Curta coisas simples.
5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.
6. Lágrimas acontecem. Agüente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO, enquanto você viver.
7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser família, animais , lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.
8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a. Se está abaixo desse nível, peça ajuda.
9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
10. Diga a quem você ama, que você realmente o ama, em todas as oportunidades.

E LEMBRE-SE SEMPRE QUE: A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego ... de tanto rir ... de surpresa ... de êxtase ... de felicidade! Autor Desconhecido.