segunda-feira, 20 de julho de 2009

Viagem ao Planeta Azul

Delta Pavonis está a 19,2 anos luz de distância da Terra, localiza-se na Constelação do Pavão, como o próprio nome indica. Mais de cinco vezes maior que nosso sol, referida estrela detém uma família numerosa de planetas.
A vida proliferava em Grim, décimo no sistema. Dois satélites naturais equilibravam oceanos e a natureza como um todo.
Aquele mundo estava num processo de acomodação de camadas muito perigosa e embora estivessem em altíssimo estágio tecnológico, nada podiam fazer. Muitas cidades já haviam desaparecido. Maremotos e terremotos eram freqüentes, o povo estava enlouquecido, era o fim. Tais acontecimentos vieram de surpresa. Apenas um grupamento de naves, não mais que cem poderia sair do planeta. Cada uma, também podia comportar no máximo cem pessoas contanto homens, mulheres e crianças.
Uma rápida seleção definiu os privilegiados.
O fim da raça era irreversível, mal dava tempo para os preparativos de embarque, assim com muita rapidez os escolhidos dirigiram-se para o local de decolagem.
Lotados os aparelhos, deixaram Grim para nunca voltarem.
Dez navios foram direcionados para a Terra, sob o comando geral de Molic.
O comandante não se conformava com a situação, tanto quanto aquele milhar de seres que o seguiam.
Em pleno vazio sideral e em formação os objetos eram os únicos a quebrarem a monotonia. Os meses passavam e o comandante se embrenhava no estudo da rota.
Pensativo, analisando todas as imagens obtidas em viagens anteriores, chamou sua esposa Irka, que logo se posicionou ao seu lado. Irka além de companheira chefiava e coordenava aquela sociedade em fuga.
--- Alguma novidade Molic?
--- Preciso dizer-lhe uma coisa que não sabe. Estamos indo para um planeta de gigantes, portanto habitado. A maior parte tem o dobro de nosso tamanho e isto me preocupa.
--- Por que então escolheu a Terra?
--- Eu não escolhi, recebi ordens. Depois não é fácil encontrar planetas semelhantes ao nosso. Cada grupamento foi para lugares que já visitamos.
Enquanto dava explicações à esposa passava e repassava as tomadas do planeta. Eram inúmeros os registros, feitos justamente para auxílio em momentos de descidas.
Podia ampliar ao máximo qualquer região. Foi durante esse processo que alertou Irka:
--- Veja, este local parece oportuno para nós... Olhe os habitantes!
--- Estou vendo, são de nosso tamanho, um pouco diferentes e feios.
--- Acho que vou programar as coordenadas de pouso para este local. Concorda?
--- Não sei! Algo me diz que não devemos nos aventurar.
--- Faz tanto tempo que procuro um bom sítio e até agora nada. Pelo menos estaremos no meio de seres parecidos conosco.
--- Você é o comandante, faça o que achar melhor.
Molic não pensou mais, chamou os técnicos e abriu comunicação com todo grupo, ditou os códigos e observou que logo encontrariam o portal para a Terra.
Depois de mais algum tempo em viagem normal, chegara o momento. Os computadores de bordo assinalavam o ponto de entrada.
À medida que passavam para a nova dimensão, os visores simulavam um caminho circular sempre afunilando. Por muito tempo a imagem era sempre a mesma.
Homens, mulheres e crianças ficaram num suspense total. Afinal o que iriam encontrar do outro lado?
O caminho terminara com o circulo se alargando e uma estrela muito brilhante foi surgindo, era o sistema solar.
O acontecimento não trouxe nenhum contentamento para os angustiados seres de Grim. Pareciam antever um mal presságio. Irka procurou amenizar, mas sentindo-se igual não conseguiu transmitir otimismo aos viajantes.
Bem, viram os planetas e chegaram frente ao belo mundo azul. As dez naves, todas programadas, nem orbitaram o novo lar. Em pouco tempo entraram numa região montanhosa e como a cumprir um ritual foram se apoiando no solo.
Silenciado todo o barulho dos retro-motores a população recém-chegada preparou-se para entrar em contato com o novo ambiente. Por sinal em nada diferente de onde vieram. Ar, plantas, água e cheiro característico de terra. Isto animou os viajantes fazendo voltar a alegria.
Um dia passou e uma nova manhã chegou. Analisaram a área e acharam-na livres, sem obstáculos.
A decisão foi tomada. As escotilhas foram abertas e os sobreviventes de Grim começaram a respirar a nova atmosfera.
Irka organizou os grupos e disse o que fazer, ou seja, iniciarem construindo os abrigos.
As crianças sorriam, brincavam e os grandes também sentiam esperança.
Vinus, um dos pilotos, se aproximou de Moluc e comentou:
--- Onde estarão os habitantes daqui?
--- Quando ouviram o barulho de nossa entrada devem ter fugido. Pelo jeito é uma tribo primitiva e naturalmente sentiram medo. Acredito que nem virão até nós.
Moluc estava certo. Realmente fugiram, mas até quando?
Os meses passaram, a pequena comunidade começou a tomar forma e a se integrar naquele pedaço da Terra.
Irka mantinha-se preocupada, achava que ainda teriam surpresas. Parte deles se recusava a pernoitar no acampamento e preferia ficar dentro dos pequenos navios.
O tempo passava e tudo parecia normal, dia a dia um novo progresso. A primeira casa, ali mesmo, uma segunda e o entusiasmo transpareciam. Um primeiro sistema de ensino e um local para culto, pois também acreditavam num Deus.
Com pequenos veículos vistoriavam o local. Os nativos começaram a surgir nas proximidades, mas sem chegarem até eles. Quando os focalizavam percebiam ódio em suas expressões. Mesmo assim, Kinra, Jafi e Nuc pediram licença a Moluc para tentarem um contato e partiram em busca de alguns deles.
Demorou muito para a aproximação, até que ela ocorreu.
Mostrando que não queriam fazer o mal, chegaram até a levar uma família para conviver na comunidade. Ficaram então sabendo que eram chamados Dropas. Moluc fez questão de aprender a língua deles.
Tudo corria bem, parecia que o primeiro passo havia sido concretizado, não fosse um incidente.
A família nativa acolhida pelos intrusos parecia muito feliz e gostava da convivência com eles. Aos poucos outros começaram a chegar e a bisbilhotar o acampamento ou pode-se dizer a pequena aldeia. Certo dia, porém, um jovem curioso entrou numa das naves. E como podia se esperar foi mexer em sistemas delicados que continham alta energia. Acabou sendo eletrocutado.
Espantados com o fato, sem nenhuma noção sobre aparelhos eletrônicos, tomaram o objeto como um ser maligno e conseqüentemente acusaram o grupamento alienígena.
Abandonaram imediatamente o local, novamente fugiram apavorados. A vítima era filho do chefe e por isto a repercussão tomou um rumo catastrófico.
Orgum, pai do jovem, convocou todas as demais tribos para se organizarem para a guerra. Atacariam os “cabeças grandes” como os chamavam.
Na comunidade, Moluc estava preocupadíssimo, mas esperava que os nativos entendessem. Ocorre que eles não conheciam máquinas e as naves eram gigantes perigosos.
Alguns dias se passaram. Devido ao distanciamento dos Dropas chegaram a acreditar estarem livres de um perigo imediato.
Engano, um alvorecer diferente surpreendeu a aldeia, totalmente cercada. Moluc tentou conversar com eles, mas foi o primeiro a ser morto, em seguida como uma avalanche que tudo destruía aquele exército atacou, matando, entrando nas naves e destruindo o que podiam. O povo de Grim, aqueles que conseguiam escapar pegavam suas armas de defesas e subiam nos pequenos transportadores também matando muitos e isto fez com que recuassem.
Aproveitando o momento de trégua os sobreviventes do massacre entraram nas naves para saírem dali, mas nenhuma delas funcionava, o estrago fora grande.
Não podiam nem mais as utilizar como abrigo, as escotilhas estavam danificadas.
Embora triste e lamentando a sorte, Irka se pôs á frente para organizar uma fuga. A pé e alguns montados nos “seres velozes”, nome dado pelos nativos, tomaram a direção das montanhas. Chegando lá encontram grutas muito grandes, capazes de os acolherem com certa segurança.
Vendo que os Dropas estavam afastados, voltaram ao acampamento para enterrar os mortos. E em várias viagens levaram tudo que era necessário para o novo local.
Homens, mulheres e crianças estavam apavorados, não sabiam o que lhes reservava o destino. Acreditavam que não sobreviveriam, sempre esperando um novo ataque.
Nessa angústia, Irka reunindo todas as suas forças, tentava dar ânimo ao pequeno grupo. Alimentos para sobreviverem havia, mas a vigília desgastava os corações cansados pelo sofrimento.
As semanas passaram, mas a ansiedade pelo amanhã sempre aumentava. Sentinelas se revezavam, vez ou outra também faziam tomadas da situação através dos pequenos transportadores. No entanto estavam sem combustíveis e se acaso um deles caísse, alertaria os inimigos.
Mas nada dura para sempre e o desfecho viria.
Irka recebera o aviso da sentinela, estavam vindo na direção deles. O sol ainda não havia surgido e aquele novo alvorecer talvez fosse o último. Reuniu seu povo e disse:
--- Não vamos nos iludir, estejamos preparados. Somos alguns poucos seres e por mais que lutemos, não vamos vencer a turba. Com certeza será o nosso fim. Portanto só nos resta pedir ao criador que nos ajude neste momento.
Não demorou muito e novamente a sentinela chamou a chefe e lhe disse:
--- Eles pararam na encosta e apenas está subindo um casal.
Qual não foi a surpresa de Irka ao vê-los entrar. Eram Vorung e Zina, os mesmos que viveram com eles e aprenderam a língua. Logo que a encontrou Vorung disse:
--- Não queria que tivesse ocorrido a guerra, mas desta vez viemos em paz. Trago um recado de Orgum.
Ele aceita que vivam aqui nas montanhas e reconhece que o filho foi imprudente.
A comandante parecia não acreditar no que ouvia. Junto com alguns outros de Grim desceu com o casal.
Orgum os recebeu bem e com sinais selou um entendimento com ela.
Depois de um contato amistoso, voltou para a caverna e deu um pouco de alegria ao seu pessoal.
Os seres de Grim viveram por muitos anos na região e sem atritos, mas o contágio com os nativos acabou causando-lhes um vírus que não puderam controlar. Primeiro foram as crianças, depois os mais velhos, no final todos acabaram perdendo a vida.
Prevendo a desgraça quiseram deixar mensagens da vinda deles para este mundo. Desenharam nas paredes das cavernas e enterraram alguns de seus mortos numas e retirando discos do sistema de controle e informação das naves registraram a história deles.

Observação do autor: Lógico que a história acima é pura ficção, mas foi baseada num fato que pode ter ocorrido realmente. Em 1938 foram encontrados em cavernas das montanhas que ficam na fronteira sino-tibetana 716 pratos de granito, furados no centro, com 2 cents. de espessura onde uma escrita circular foi parcialmente decifrada. Conta que alienígenas desceram com suas naves e não puderam decolar. Que foram atacados pelos nativos (os Dropas). Reforçando, desenhos nas paredes de homens com capacetes, linhas, estrelas, sol e lua também existiam e para concluir sepulturas em série, de seres pequenos e cabeças grandes. Estima-se que isto tenha ocorrido a 12.000 anos. Maiores detalhes, ver o Livro De Volta às Estrelas de Erich Von Däniken, Capitulo VII (Conversações em Moscou), de onde extraí este resumo.

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